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Para nascer, Maternidade Marly Sarney; Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney; para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney; para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney; para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário; para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor); para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney e vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, viaje algumas horas pelas “maravilhosas” rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney. Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney. Pois é! Tudo isso lá mesmo, no Maranhão.
Mesmo fora do governo, o sobrenome Sarney simboliza o poder no Estado. Deputado federal, quatro vezes senador, governador (1966-71) e Presidente da República por obra do “divino espírito santo”, José Sarney foi decisivo na eleição de todos os governadores que o sucederam, inclusive sua filha Roseana, que foi governadora de
O governador e os três principais adversários de Roseana nestas últimas eleições, disseram que os Sarney dominam ainda o Tribunal de Contas do Estado, o Tribunal de Justiça, os cargos federais e, sobretudo, a mídia.
A família Sarney é proprietária da principal rede de TV - TV Mirante, afiliada da Globo - do principal jornal -O Estado do Maranhão - e da principal rede de rádios, a Mirante. A segunda maior emissora também é “deles”: a Rádio Difusora, afiliada do SBT é da família do senador Edison Lobão (DEM), amigo, cúmplice e coordenador da fracassada campanha de Roseana ao governo do estado. A Band local é de outro aliado, o ex-presidente da Assembléia Manoel Ribeiro. Há ainda o jornal "Veja Agora",
Roseana é acusada de usar o programa Luz Para Todos, do governo federal, para favorecer prefeituras. O programa era administrado pelo Ministério de Minas e Energia, cujo titular à época, Silas Rondeau, foi indicado por José Sarney e depois afastado por conta de denúncias graves.
A retirada de Silas trouxe outro Sarneysista para o Ministério das Minas e Energia, o obscuro senador Edson Lobão que, ao assumir, abriu vaga para seu “prendado” filho Edinho Lobão. Prestigiada pela cúpula do PMDB, a posse do ministro no Planalto e no ministério, foi marcada pela ausência da "República do Maranhão". Não estiveram presentes os integrantes da família Sarney, patrocinadora de sua indicação para o cargo, e muito menos a família Lobão. Além do senador José Sarney (PMDB-AP), a ausência mais notada foi a do seu filho e suplente, alvo de uma enxurrada de denúncias. A ausência de Sarney e dos filhos, da senadora Roseana e do deputado Zequinha foi motivada pela cautela: Sarney não quis ser apontado como o avalista da indicação de Lobão e tentou evitar o constrangimento de falar sobre a investigação que envolve o filho, o empresário Fernando Sarney. O outro filho de Sarney – Zeca - é suspeito de financiamento ilegal de campanha de Roseana Sarney no Maranhão para o governo do Maranhão em 2006, além de ligações com doleiros e envios de remessas ilegais de dinheiro para fora do País, havendo provas de conversas do filho de Sarney com doleiros procurados pela Justiça, além de uma alta e atípica movimentação nas contas da família ter sido detectada em meio às investigações.
Em seus 42 anos de governo no Maranhão, a família Sarney acumula uma série de denúncias. A mais grave delas tornou- se conhecida em 2005, quando o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação na Justiça para devolver ao patrimônio do Estado um dos imóveis mais valiosos do centro histórico de São Luís, o Convento das Mercês.
O prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi doado em 1990 pelo governo de Epitácio Cafeteira (PRR-MA) para a fundação de propriedade do então senador José Sarney (PMDB-AP).
No setor imobiliário, os Sarney também são um sucesso.
No Maranhão, numa hipérbole jocosa, costuma-se dizer que os Sarney só não são donos do mar.
Esse trambiqueiro agora resolveu se render à sua sede de poder e assumiu sua candidatura à presidência do senado. O senador Tião Viana, por sua vez, manteve sua candidatura e embolou o meio do campo a partir de quando recebeu o apoio do PSDB, armando uma emboscada difícil de se desvencilhar. Aguardemos...
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