quarta-feira, maio 09, 2007

Bento XVI: O Septo Nasal e o Séquito Papal.


Pinóquio sem faro.

.
.
.
Mais um texto ao meu querido amigo Sóstenes Fonseca, que tanto admiro pela postura diante da vida e capacidade de querer bem às pessoas.

.
.
.

Como deve sentir-se infeliz e inútil esse pobre homem quando está a sós consigo mesmo... Que vida desprovida de nobres propósitos, de palavras verdadeiras, e de carinho para com os milhões de seres carentes que todos os dias, em suas “obrigatórias” orações, pedem, entre assustados e esperançosos, por santos, virgens, anjos, deuses, ressuscitados e até por ele mesmo, chamado glamurosamente de Sua Santidade, Sumo Pontífice, Santo Padre, ou ainda, Vigário de Cristo.
Caso tenha, em sua juventude, escapado do furor hormonal que ronda desde sempre os seminários, conventos, e sacristias à noite – coisa que particularmente acho muito difícil – ver-se ainda obrigado a negar a si mesmo, o prazer inigualável de estreitar em seus braços o corpo macio e perfumado de uma mulher em brasas, e envolver-se na provocante e exclusiva fragrância aspergida entre suas coxas pela magia da vida, com certeza castrou-lhe definitivamente a lucidez necessária para discernir entre a verdade e a mentira, ou, melhor dizendo, entre o bem de uma amarga verdade dita com carinho e o mal de uma doce mentira dita com a demagógica e disfarçada voz mansa do clero.
Não é de assustar que todos os Papas tenham sempre corrido às léguas, com medo de inserirem as mulheres em suas atividades clericais, pois, elas são o contrário do que pregam, ou seja: são a própria vida, ou pelo menos, o lado bom dela. É quando temos a mulher amada em nossos braços e nos perdemos na mais deliciosa troca de carinhos, que somos realmente felizes. Não poder desfrutar disso deve ser mesmo desesperador. Tão desesperador que, no século XVI, essa Igreja Católica, que tinha proibido que mulheres cantassem nos seus corais, enfrentou um problema trágico: como não torturar os ouvidos dos piedosos prelados de cristo, privando-os das vozes sopranas, tão importantes nos coros para louvar o amor a deus? Uma solução bárbara foi encontrada: castrar jovens meninos cuja voz fosse considerada bela. Nos corais da Santa Igreja católica não faltaram assim, nunca mais, os sopranos e contraltos... Esta prática bárbara só terminaria em 1878, por ordem do Papa Leão XIII. Mas foi mantida ainda durante todo aquele século XIX, a ponto de Rossini, quando compôs a “Pequena missa solene”, escrever com naturalidade, que “serão suficientes para executá-la um piano e uma dúzia de cantores dos três sexos, homens, mulheres e castrados”.

Que vida desgraçada deve ser essa desse pobre personagem, bem como a de todos os que o antecederam no comando dessa brutal instituição religiosa, "obrigados", por uma perversa e incontrolável vaidade, a manter viva essa mentira que é o cristianismo, que há dois mil anos comete os crimes mais absurdos da barbárie humana.
Entre milhares de crimes hediondos praticados nesses dois milênios, quero destacar os da Idade Média Cristã quando, após tomar o poder político dentro do Império Romano, aboliu a liberdade de religião, juntou montanhas de cadáveres transformados em churrascos humanos, após terem seus bens confiscados pela própria igreja. Os seus membros massacraram milhões de “infiéis”, “hereges”, “feiticeiras” e outros, depois se mataram entre eles mesmos, levando a Europa às guerras mais ferozes que ela conheceu. Um passado repulsivo destes, poderia incitar à modéstia, mas, o Sumo Pontífice reivindica, diferentemente, o monopólio da ética e do amor universal. Proclama que todos devem adorar apenas o seu Deus que, além de ser "todo amor" é o "único existente", e considera os católicos melhores que o resto da humanidade, a ponto de exigir de todos os governos que, o que é bom para eles, tem que ser bom para todos.
É de uma desesperança atroz, e de um espanto hilariante, vermos esse pobre e frustrado "líder espiritual" - apesar de reluzente - acercar-se de uma comitiva de trinta imponentes cardeais, mais um secretário particular chamado carinhosamente de “galã”, tentar proibir o uso de preservativos como a “camisinha”, de chamar o aborto de assassinato, de impedir que desistamos das nossas vidas quando elas, em caráter irrevogável, tornarem-se insuportáveis, e de excomungar os deputados mexicanos que votaram a favor do aborto, tudo isso diante de uma multidão de cegos que não tem culpa alguma, porque já nasceu ouvindo essa ladainha do medo e da piedade por seres imaginários, flutuantes e perversos.
Excomunga-me oh pobre diabo! Afasta-me o mais que puderes dessa tua igreja e de todas que compõem o cristianismo, porque, das demais, eu sequer nunca me aproximei e nunca mais o farei de nenhuma delas.
A liberdade de livre pensar, fazer minhas escolhas, ser solidário por puro prazer, olhar para minha cadela Pandora com o mesmo olhar de amor incondicional que miro meus filhos, engalfinhar-me entre as coxas da mulher que amo sem o menor sentimento de culpa pelas loucuras que vivemos e promessas que trocamos, é o verdadeiro paraíso... não esse imaginário que prometes aos fiéis que continuarem cegos.
Excomunga-me!!!



.




.





Um comentário:

liliana miranda disse...

Essa é a igreja que em nome de "Deus" em nome do "amor" mata, exclui, pune, castiga, culpa.. dessa igreja tb eu quero ser excomungada! Excomunga-me!
..comungo contigo Rodolfo!
beijos