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Só mesmo muita grana, muitos interesses escusos e muita pouca vergonha, leva pessoas de atividades tão diversas – pelo menos as oficiais – a se unirem para tentar desacreditar perante a opinião pública do país, instituições como a Polícia Federal, o Ministério Público, o Judiciário nas suas primeiras e segundas instâncias, e a Abin.
As investidas contra o governo que aí está, constitucionalmente eleito pela grande maioria dos brasileiros vêm desde o “escândalo” do mensalão, onde, práticas utilizadas pelos governos anteriores, eram então tornadas públicas através inicialmente da revista Veja, que tratou de exagerar nos fatos, misturando culpados com inocentes e tornando assim impossível para a sociedade distinguir o bem do mal, o joio do trigo. Mas, a idéia era essa mesma: transformar o país numa zona geral, arrastando para o buraco ministros de estado, políticos bem intencionados, juntamente com moleques do quilate de Roberto Jéferson, que resolveu entregar todos de bandeja, porque não lhe foram entregues os oito milhões que exigira para ficar calado.
Hoje, temos o revide do Supremo Tribunal Federal na pessoa do seu presidente, esse arrogante de beiço caído que é Gilmar Mendes, contra as instituições acima citadas, depois que, contra tudo e contra todos, desmascararam esse bandido protegido por ministros como Nelson Jobim e políticos dos partidos de oposição. Em atitudes autoritárias que mais lembraram as adotadas nos negros anos da ditadura militar, esse desmoralizado do Gilmar Mendes expediu dois Hábeas Corpus em defesa do delinqüente e ainda ameaçou punir o Juiz Fausto De Sanctis, para mostrar aos demais que, como nas instâncias superiores, esse senhor gangster deveria ser visto com outros olhos, num claro “Golpe da Toga” que institui um Estado Judicialesco, e não Policialesco, como saiu gritando aos quatro cantos o presidente do STF quando viu imagens do seu querido Daniel algemado e preso com a comparsa da sua irmã e outros menos importantes membros da quadrilha.
Unido ao ex colega Nelson Jobim, Gilmar Mendes deu cobertura a essa história do grampo telefônico arquitetada pelo “rei do grampo” no Brasil, onde uma única conversa foi interceptada, justamente com um político da tropa de choque do próprio Daniel Dantas (Demóstenes Torres – DEMO) e num inocente diálogo, coisa muito difícil de acontecer entre esses dois personagens. Por que aqui não se faz a pergunta vestibular de todo crime? “Quem tinha interesse em afastar do caminho o eficiente ex-chefe da Polícia Federal delegado Paulo Lacerda, e em tirar do foco da imprensa a Operação Satiagraha?” Claro que é o rei do grampo Daniel Dantas!
Estribuchando, Gilmar Mendes fez declarações impensadas à mídia que lhe dá cobertura e atravessou o eixo monumental para chamar à responsabilidade o Presidente da República e exigir dele, acobertado por “provas” fornecidas pelo Ministro da Defesa Nelson Jobim, a demissão do ex delegado da Polícia Federal Paulo Lacerda. Hoje, questiona-se se foi legal a utilização de agentes da Abin no desmantelamento da quadrilha de Daniel Dantas, em vez de se render homenagens ao delegado encarregado do caso Protógenes Queiroz, ao Dr. De Sanctis, Juiz Federal de primeira instância que corajosamente mandou prende-lo duas vezes, ao Procurados da República Rodrigo De Grandis que solicitou as prisões e deu cobertura legal às investigações, e, principalmente, ao Dr. Paulo Lacerda, que serviu de “bode expiatório” para atender as exigências desse pedante Gilmar Mendes e seu protegido.
Segundo o professor de Direiro Penal Thiago de Oliveira, “Às vésperas do 2º aniversário da Constituição Cidadã (...), encena-se no caso Daniel Dantas um lamentável espetáculo de barbarização constitucional: princípios como o da independência dos poderes, da impessoalidade, da isonomia e da moralidade são, solenemente ignorados. Pratica-se neste episódio uma curiosa legalidade ‘self-service’: o rigor das leis e a força da Constituição devem prevalecer, desde que não resultem em aborrecimentos ao bandido de terno bem recortado”. E continua: “Superando as fronteiras do absurdo, as forças da República se invertem, enquanto a criminalidade potente de Daniel Dantas e sua quadrilha repousa protegida numa inquebrantável barricada erguida sob os territórios dos Três poderes, agentes do Estado, constitucionalmente instituídos para a função de persecução criminal, são execrados e desautorizados em praça pública. Grampolândia e factóides são eficientemente propalados pela mídia pró-DD, espalhando o nevoeiro no qual se embaça (e se perde) a visão sobre o enraizamento de um criminoso aboletado no centro do poder”.
Comprovada que está a impossibilidade dos equipamentos adquiridos pela Abin servirem para escutas telefônicas, nada mais resta ao Presidente Lula que determinar de imediato o retorno às suas Funções do Dr. Paulo Lacerda, para que a sociedade possa então comemorar a vitória dos homens de bem que vestem gravatas da feira da sulanca, contra os bandidos travestidos finamente de banqueiros e "doutores".
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