quarta-feira, junho 27, 2007
segunda-feira, junho 25, 2007
Tony Blair: Sem Deixar Saudades.
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Ao encerrar uma década de governo, o criador da "Terceira Via" depara-se com uma popularidade lastimável e os primeiros balanços sérios de seu mandato. Eles destacam a subserviência aos EUA e a manutenção sem brilho das políticas neoliberais de seus antecessores
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Richard Gott - "Le Monde"
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Em 17 de julho de 2006, durante a cúpula do G8 realizada em São Petersburgo, na primeira semana da agressão israelense contra o Líbano, uma câmara indiscreta de TV captou um encontro casual de Tony Blair e George Bush. As imagens revelam o presidente dos EUA falando por cima do seu próprio ombro, com o seu principal aliado europeu, e perguntando-lhe, descontraidamente. “Oi, Blair, você vai bem, cara?”.
A breve conversa subseqüente entre os dois não foi em si muito significativa, mas os meios de comunicação foram rápidos em notar a óbvia falta de interesse de Bush ao ver o primeiro ministro britânico. “Blair parece menos o chefe de um governo soberano do que um agente de Bush esperando o sinal verde do chefe – que nunca chega”, observou o jornal inglês The Guardian.
Blair deixou a residência oficial de Downing Street agora a pouco, ao fim de dez anos como primeiro-ministro do Reino Unido — e depois da derrota nas eleições locais de 3 de maio último, em que o Partido Trabalhista inglês perdeu 500 conselheiros e o Partido Conservador ganhou 900.
Que aconteceu com Blair? Como o jovem político inteligente, bonitão, eloqüente e acessível de dez anos atrás caiu em tamanha desgraça? Como as mesmas pessoas que beberam champanhe para comemorar sua vitória, em 1997, já separaram novas garrafas para celebrar sua partida hoje?
Blair era uma incógnita em 1997, mas amigos de colégio e universidade conheciam suas habilidades de ator. Sua capacidade de representar, encenar, decorar um papel e modificá-lo quando as circunstâncias o exigiam, tornaram-se a marca registrada de sua carreira.
A política externa de Blair foi, é claro, a principal causa do seu fracasso. As guerras de Blair, como foram chamadas num contundente livro com esse título, levaram a Inglaterra a cinco conflitos em seis anos, um recorde não igualado desde o império. As forças britânicas envolveram-se no Iraque, em 1998 (Operação Raposa do Deserto); no Kosovo, em 1999; em Serra Leoa, em 2000; no Afeganistão, em 2001; e, outra vez, no Iraque, em 2002. Nenhuma dessas aventuras teve sucesso.
Blair foi muitas vezes retratado pela mídia mundial como um “contínuo” ineficiente do presidente Bush. E, no entanto, a verdade é ainda mais deprimente. Das profundezas de sua própria ignorância, Blair acreditou firmemente em sua missão pessoal nos assuntos externos, independentemente dos norte-americanos.
A expedição ao Iraque foi precedida pela “ guerra contra o terrorismo ” de Bush, à qual Blair aderiu com entusiasmo. O desastre no Iraque foi a principal causa da trincheira de hostilidade a Blair pessoalmente, e a seu governo em geral.
Os acertos de Blair em educação, saúde e segurança, foram apenas uma continuidade do que já havia sido costurado politicamente pelos seus antecessores John Smith, Thatcher, e John Major. Entretanto, suas próprias iniciativas, foram quase todas marcadas por uma série de fracassos muito alardeados pelos meios de comunicação. Se ele não tivesse prometido deixar o poder em maio deste ano, sua saída certamente teria acontecido mais cedo.
A reputação de Blair deteriorou-se muito nos últimos meses, com seu governo envolvido em rumores de improbidades e escândalos. Blair é acusado, entre outras coisas, de “vender honrarias”, oferecendo títulos de Lorde em troca de contribuições para a campanha.
Blair enxerga-se como um dirigente nacional heróico, e preocupa-se agora com a "herança" que legará à História. Em matéria de política externa, o que ficará, principalmente, é sua propensão à guerra, sua vontade de reforçar a aliança anglo-americana, e a ressurreição de ambições imperiais camuflada em "intervenção humanitária".
Com certeza não deixará saudades.
Em 17 de julho de 2006, durante a cúpula do G8 realizada em São Petersburgo, na primeira semana da agressão israelense contra o Líbano, uma câmara indiscreta de TV captou um encontro casual de Tony Blair e George Bush. As imagens revelam o presidente dos EUA falando por cima do seu próprio ombro, com o seu principal aliado europeu, e perguntando-lhe, descontraidamente. “Oi, Blair, você vai bem, cara?”.
A breve conversa subseqüente entre os dois não foi em si muito significativa, mas os meios de comunicação foram rápidos em notar a óbvia falta de interesse de Bush ao ver o primeiro ministro britânico. “Blair parece menos o chefe de um governo soberano do que um agente de Bush esperando o sinal verde do chefe – que nunca chega”, observou o jornal inglês The Guardian.
Blair deixou a residência oficial de Downing Street agora a pouco, ao fim de dez anos como primeiro-ministro do Reino Unido — e depois da derrota nas eleições locais de 3 de maio último, em que o Partido Trabalhista inglês perdeu 500 conselheiros e o Partido Conservador ganhou 900.
Que aconteceu com Blair? Como o jovem político inteligente, bonitão, eloqüente e acessível de dez anos atrás caiu em tamanha desgraça? Como as mesmas pessoas que beberam champanhe para comemorar sua vitória, em 1997, já separaram novas garrafas para celebrar sua partida hoje?
Blair era uma incógnita em 1997, mas amigos de colégio e universidade conheciam suas habilidades de ator. Sua capacidade de representar, encenar, decorar um papel e modificá-lo quando as circunstâncias o exigiam, tornaram-se a marca registrada de sua carreira.
A política externa de Blair foi, é claro, a principal causa do seu fracasso. As guerras de Blair, como foram chamadas num contundente livro com esse título, levaram a Inglaterra a cinco conflitos em seis anos, um recorde não igualado desde o império. As forças britânicas envolveram-se no Iraque, em 1998 (Operação Raposa do Deserto); no Kosovo, em 1999; em Serra Leoa, em 2000; no Afeganistão, em 2001; e, outra vez, no Iraque, em 2002. Nenhuma dessas aventuras teve sucesso.
Blair foi muitas vezes retratado pela mídia mundial como um “contínuo” ineficiente do presidente Bush. E, no entanto, a verdade é ainda mais deprimente. Das profundezas de sua própria ignorância, Blair acreditou firmemente em sua missão pessoal nos assuntos externos, independentemente dos norte-americanos.
A expedição ao Iraque foi precedida pela “ guerra contra o terrorismo ” de Bush, à qual Blair aderiu com entusiasmo. O desastre no Iraque foi a principal causa da trincheira de hostilidade a Blair pessoalmente, e a seu governo em geral.
Os acertos de Blair em educação, saúde e segurança, foram apenas uma continuidade do que já havia sido costurado politicamente pelos seus antecessores John Smith, Thatcher, e John Major. Entretanto, suas próprias iniciativas, foram quase todas marcadas por uma série de fracassos muito alardeados pelos meios de comunicação. Se ele não tivesse prometido deixar o poder em maio deste ano, sua saída certamente teria acontecido mais cedo.
A reputação de Blair deteriorou-se muito nos últimos meses, com seu governo envolvido em rumores de improbidades e escândalos. Blair é acusado, entre outras coisas, de “vender honrarias”, oferecendo títulos de Lorde em troca de contribuições para a campanha.
Blair enxerga-se como um dirigente nacional heróico, e preocupa-se agora com a "herança" que legará à História. Em matéria de política externa, o que ficará, principalmente, é sua propensão à guerra, sua vontade de reforçar a aliança anglo-americana, e a ressurreição de ambições imperiais camuflada em "intervenção humanitária".
Com certeza não deixará saudades.
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domingo, junho 10, 2007
Bíblia Sagrada
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Reflexão Mapuche:
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"Cuando vinieron, ellos tenían la Biblia
Y nos otros teníamos la tierra.
Y nos dijeron, cierren los ojos y recen.
Cuando abrimos los ojos, nosotros teníamos la Biblia
Y ellos tenían la Tierra."
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O povo Mapuche é ancestral dos chilenos, e foi massacrado pelos espanhóis, que chegaram com suas bíblias "sagradas".
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Reflexão Mapuche:
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"Cuando vinieron, ellos tenían la Biblia
Y nos otros teníamos la tierra.
Y nos dijeron, cierren los ojos y recen.
Cuando abrimos los ojos, nosotros teníamos la Biblia
Y ellos tenían la Tierra."
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Pelas estórias contidas na "Bíblia Sagrada" o deus dos cristãos, se existisse de fato, seria um déspota, e como tal, repleto de idéias de vingança. Esse livro não fala senão em punições atrozes. Como amar um deus impiedoso e capaz de castigos abomináveis, que selecionou como único presente para os que o adorarem eternamente e acreditarem cegamente nas estórias desse livro, o céu, o paraíso?...
Nem mesmo seus seguidores, que tentam levar as palavras desse sanguinário livro adiante, acreditam, pois, se o fizessem, não cometeriam os crimes absurdos que cometem diariamente, até mesmo dentro de seus variados templos.
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“Se a bíblia está errada ao nos dizer de onde viemos, como podemos confiar nela ao dizer pra onde iremos?”
Justin Brown
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