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Claro que o absurdo é o tamanho do Grampo e a pretensa candidatura (que por sinal, teria Garotinho como candidato a vice), e não a história
O jeito foi unir-se a outros inconformados com as atuações desses órgãos e partir para o ataque. De braços dados com outros ministros do STF, atravessou o canteiro central do eixo monumental que separa o Supremo, do Palácio do Planalto, e adentrou o Gabinete Presidencial para, enrubescido, queixar-se ao presidente de que fora vítima de um brutal grampo, e que isso só podia ser coisa dos agentes da ABIM, dada a sutileza com que colocaram o bruto no interior do seu recinto. E que só veio mesmo saber que o dito estava lá, depois do assunto ser comentado numa revista semanal, levando essa vergonha ao conhecimento de todos.
Órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público – entre outros – têm tirado o sono de quase todos os parlamentares deste país, principalmente no Congresso Nacional, onde a concentração de parlamentares delinqüentes é a maior do planeta.
A primeira suspeita não poderia nunca cair sobre a ABIM e a Polícia Federal, principalmente pelo fato da denúncia haver sido feita pela revista semanal que mais vergonha causa ao jornalismo nacional que é a VEJA.
Parece-me que tudo foi uma grande armação. O diálogo divulgado (grampeado) entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres é de uma leveza tal, que caracteriza muito bem, no meu entender, a ausência da mão da ABIM ou da Polícia Federal.
Tarso Genro - Ministro da Justiça - reconheceu a possibilidade de os grampos nos telefones de Mendes terem sido feitos no rastro da Operação Satiagraha, que em julho acertou em cheio o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, preso duas vezes. "É uma linha de investigação não excluída", disse, ao responder a uma pergunta sobre a possível conexão entre os fatos. "Pode ser alguém que tenha ou teve vínculos com a Abin e que não necessariamente tenha agido a mando da direção."
Gilmar Mendes só vai sossegar quando tiver uma Polícia Federal castrada, sem colocar algemas em granfinos nem assenta-los sobre as próprias mão algemadas em camburões como faz com os outros brasileiros, e sem autonomia para investigar os bandidos que superlotam a Câmara e o Senado Federal; um Ministério Público que lhe renda homenagens, e juizes de instâncias inferiores assustados com o estrebuchar do abusado presidente do STF.
Aguardemos...
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